O custo Invisível

Dentre as falas mais comuns de todos os empresários e executivos – independente do tamanho e do segmento das empresas – podemos destacar as três mais citadas:
“Precisamos vender mais. Sem vendas, não podemos levar adiante novos projetos.”
“Precisamos cortar custos. Nossa operação está muito cara e com isso, estamos perdendo competitividade.”
“As pessoas são nossos ativos mais valiosos. Precisamos treiná-las melhor, mas isso leva tempo e custa caro. E se precisarmos demiti-las no curto prazo?”

Isso demonstra que, apesar de cada empresa ser única, todas têm problemas muito parecidos.

Os desafios diários passam por questões comerciais, produtividade, gestão do caixa, custos, impostos e pessoas.

O andamento da economia influencia muito nas decisões a serem tomadas e muitas vezes, serve de desculpa para nossos equívocos ou simplesmente falta de atitude para solucionarmos alguns problemas. Contudo, é “dentro de casa” que precisamos rever nossas posições estratégicas, gerenciais e operacionais para que o desempenho empresarial seja o mais satisfatório possível.

Ter bons produtos, preços atrativos, políticas de descontos e principalmente uma equipe forte, disposta e bem treinada, ajuda a vender mais. Bons controles, políticas austeras de gastos, revisões constantes e planejamento adequado ajudam os gestores a segurarem os custos em níveis desejáveis. Cuidar das pessoas, garantir que tenham treinamentos adequados, ferramentas essenciais e processos bem definidos, além de boa remuneração, leva a empresa a atrair e reter os melhores profissionais do mercado.

Sim, tudo isso é muito bonito. Na teoria, é simples e fácil.

De fato, a busca por uma gestão excelente precisa atender, no mínimo, os requisitos citados anteriormente. Mas aqui, a questão são os custos invisíveis, que atrapalham o desenvolvimento da empresa e corroem seus resultados.

Um custo invisível é aquele que muitas vezes temos, mas não os enxergamos. Não os vemos porque muitas vezes, não afeta o caixa. Não os vemos porque às vezes nem sabemos que existem. Não os vemos porque não estão no radar das coisas urgentes.

Mas então, como identificar e resolver essas questões?

Um exemplo de custo invisível é falta de planejamento de vendas. É simples e acontece muito. Uma empresa com um catálogo de 10 produtos, por exemplo, tem seu produto-chefe, o produto chamariz, o que efetivamente dá lucro e assim por diante. Se não há um planejamento das vendas, como podemos planejar a produção? Vamos abarrotar os estoques? Como fica a logística nesta historia? Basta aumentar as vendas? De quais produtos? E os que têm baixo desempenho, sabemos explicar os motivos?

Consequentemente, a empresa irá perder vendas ou vender os produtos que não melhoram seu desempenho financeiro. Isso tem custo ou não?
Sim, claro que tem custo. E é um custo invisível. Não afeta caixa, já que o “mercado” não manda uma conta para o financeiro, mas sim, manda uma conta no final do exercício. Esta conta é o baixo desempenho da empresa.

Ora, então precisamos identificar os responsáveis. Sim, mas quem?  Os gestores, que muitas das vezes não estão preparados para analisarem o que de fato importa. Não basta imaginarmos que as vendas irão aumentar em 10%, ou 15% ou até caírem 5%. É preciso saber o quanto, por quais meios e porque as coisas irão variar.

Por isso, somente um bom planejamento – que deve envolver toda a organização, mesmo que seja uma pequena empresa – é capaz de prevenir que o negócio incorra em custos invisíveis. É senso comum, independente do mundo dos negócios, que as medidas corretivas custam muito mais caras do que as medidas preventivas.

Por isso, o desafio de pensar no seu negócio está lançado e é mais complexo do que parece: sua empresa têm feito um planejamento adequado?

[Publicado no portal PartnerSales – Escrito por Moises Bagagi]

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